Diretoria do Serviço Pastoral dos Migrantes realiza última reunião do ano em Curitiba

A reunião buscou avaliar a atuação e os desafios do SPM durante o ano de 2022 e discutir quais são os caminhos da Pastoral dos Migrantes para o ano de 2023

O último encontro do ano da reunião da diretoria teve início na segunda-feira, dia 21 de novembro, em Curitiba e foi finalizado no dia 23. Foram três dias de muito debate e reflexão sobre a situação atual do país, sobre qual país queremos e como vamos realizar isso.

No primeiro dia a programação foi iniciada com uma missa, celebrada por padre Valdeci, que contou com a presença de Padre Alfredo e de Dom José, presidente do SPM. Após esse primeiro momento iniciamos os debates de conjuntura nacional, com o tema Desafios para Repensar o Brasil que Temos e o que Queremos, com a coordenação de Jardel Lopes, assessor nacional da Pastoral Operária. Foram debatidos temas como o aprofundamento da exploração do trabalho e a precarização do mesmo, por meio da pauperização dos trabalhadores e do “empreendedorismo”.
A questão da habitação também foi debatida, principalmente nas ocupações urbanas, que cresceram muito durante o período da pandemia.

No mesmo dia tivemos uma oficina de relaxamento e autocuidado para os trabalhadores e voluntários presentes. Após esse momento retomamos o debate sobre a Semana do Migrante 2023, onde foi falado sobre as tarefas distribuídas para a organização da semana. Um dos temas mais debatidos foi o cartaz que simboliza toda a ideia da Semana dos Migrantes.

Ainda no primeiro dia a equipe de comunicação mostrou os resultados dos trabalhos realizados durante o ano e quais são os planos para o ano de 2023, onde a ideia é ampliar a atuação e fortalecer as equipes de comunicação das localidades em que o SPM atua. Após esse momento, no período da noite foram apresentadas as atuações dos projetos que o SPM participa. Ozania, coordenadora do SPM, apresentou as ações do projeto Solidariedade Suiça III e quais os desafios para os próximos meses do projeto, que será finalizado em abril de 2023. Arivaldo, do SPM Nordeste, apresentou o que foi realizado pelo projeto MISEREOR II, que é um projeto extenso do SPM que será realizado até o final do ano de 2024.

Finalizando as atividades do primeiro dia, os representantes dos projetos PCPR II, EUROPANA IV e Solidariedade Suíça III apresentaram os resultados até o momento do projeto. Aníbal Brasil, assessor de monitoramento, apresentou as ações realizadas nas localidades, juntamente com um mapa interativo onde era possível visualizar a história dos beneficiados e como o projeto ajudou essas pessoas. Maria Ozania, coordenadora do projeto Solidariedade Suíça III também apresentou os resultados e desdobramentos do projeto que ainda não foi finalizado. Encerrando as atividades do primeiro dia, Rosane Padova, coordenadora do projeto EUROPANA IV também apresentou os resultados e as mudanças que vão ocorrer no final deste ano.

O segundo dia da reunião foi marcado pela participação de Marcelo Barros de Sousa, monge beneditino, escritor e teólogo brasileiro que realizou a atividade Espiritualidade, Resistência e Travessia. Marcelo Barros iniciou falando sobre a questão da situação atual do país e como Deus foi usado como “cabo eleitoral” pelos apoiadores de Bolsonaro e muitos sacerdotes, católicos e cristãos carregavam essa ideia.

Marcelo Barros ainda lançou algumas provocações, como a distinção entre “diversidade e divisão”. “Jesus caminhava com pessoas de diferentes tipos, os apóstolos mesmo eram diferentes entre eles, com diferentes pensamentos e práticas, mas não havia divisão. A divisão é entre quem apoia a democracia e quem apoia a ditadura, por exemplo”, disse Marcelo Barros. Durante o dia ainda foram levantados diversos debates, como a questão da igreja ritualística e a igreja profética e a profecia nesse sentido não é a “previsão do futuro”, como muitos podem entender, mas sim a igreja que leva a mensagem de Deus e comunica essa mensagem para todos. “Nesse sentido as pastorais sociais, como a Pastoral dos Migrantes, faz um trabalho profético, de levar e comunicar a mensagem de Jesus”, disse Marcelo Barros.

Finalizamos o segundo dia de atividades realizando uma visita a Casa dos Migrantes no bairro do Umbará. Lá tivemos a oportunidade de conhecer as instalações da casa, assim como o bazar, estamparia e padaria que funcionam como um meio de capacitação e sustento das famílias que passam por ali.

O dia 23, último dia do encontro, foi iniciado com um balanço sobre o Grito dos Excluídos de 2022 e após esse momento tivemos uma explanação sobre as questões financeiras dos projetos ativos.
Finalizando o encontro o calendário de atividades de 2022 foi debatido para que algumas datas já pudessem ser definidas.

 

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