O combate ao HIV é uma tarefa de todos nós

O HIV é um vírus que causa uma infecção que ataca o sistema imunológico. HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids (da sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. No dia 1º de dezembro, o mundo completa 31 anos da criação do Dia Mundial contra a AIDS. Este dia foi criado com o intuito de reforçar o debate sobre a detecção do HIV e combater o preconceito com as pessoas que são diagnosticadas com o vírus.

O HIV é uma IST, ou seja, uma Infecção Sexualmente Transmissível. Sendo assim, a principal forma de contágio é a via sexual. Essas infecções são causadas por micro-organismos como fungos, bactérias e vírus. No caso do HIV, a infecção é causada por um vírus denominado vírus da imunodeficiência humana. Existem 2 tipos de vírus causadores da infecção, o HIV-1 e o HIV-2. Grande parte dos casos da epidemia global de Aids é causada pelo HIV-1. A infecção pelo HIV-2 é endêmica em países da África Ocidental como Costa do Marfim e Senegal. A transmissão do HIV-2 é atualmente baixa em outros países do Ocidente. Embora não exista uma cura para essa infecção, o tratamento, chamado de terapia antirretroviral (TARV), é fundamental para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem com o vírus. Além disso, ele contribui para diminuir as chances de transmissão do HIV e pode evitar que a pessoa desenvolva a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS – do inglês).

Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV.

Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos TCD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.

Por isso, sempre que você fizer sexo sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, procure uma unidade de saúde imediatamente, informe-se sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e faça o teste.

Todas as pessoas estão sujeitas a serem infectadas pelo HIV, sendo por relações sexuais ou pela exposição a materiais contaminados, como agulhas e o contato com o sangue de alguma pessoa infectada. Sendo assim é uma tarefa de todos nós o combate tanto a doença como o preconceito que as pessoas enfrentam. Uma das formas de combater o preconceito é saber como é possível se contaminar com o HIV.

Como ocorre a transmissão do vírus?

Assim é transmitido:

  • Sexo vaginal sem camisinha;
  • Sexo anal sem camisinha;
  • Sexo oral sem camisinha;
  • Uso de seringa por mais de uma pessoa;
  • Transfusão de sangue contaminado;
  • Da mãe que vive com HIV para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação (transmissão vertical);
  • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

Assim não é transmitido:

  • Sexo desde que se use corretamente a camisinha;
  • Masturbação a dois;
  • Beijo no rosto ou na boca;
  • Suor e lágrima;
  • Picada de inseto;
  • Aperto de mão ou abraço;
  • Sabonete/toalha/lençóis;
  • Talheres/copos;
  • Assento de ônibus;
  • Piscina;
  • Banheiro;
  • Doação de sangue;
  • Pelo ar.

 

O teste do HIV O diagnóstico do HIV é feito por meio de testes. Existem diferentes tipos de testes de HIV disponíveis, como o auto-teste, os exames laboratoriais e os testes laboratoriais remotos. Escolha o exame que te deixa mais à vontade e não deixe de realizá-lo! Caso você tenha feito algum desses testes e o resultado tenha sido reagente (positivo), procure o posto de saúde mais próximo e realize um novo teste para confirmar o seu diagnóstico. Caso você tenha feito o teste e o resultado tenha sido (não reagente) negativo, faça novamente o teste após um período (que varia de exame para exame) caso alguma exposição de risco tenha ocorrido alguns dias antes do exame. Não deixe de considerar a janela imunológica, que é o período de incubação do vírus, e nesse período o vírus pode não ser identificado. 

 

 

Prevenção Combinada

A Prevenção Combinada é uma estratégia que faz uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção (biomédica, comportamental e estrutural) aplicadas em múltiplos níveis (individual, nas parcerias/relacionamentos, comunitário, social) para responder a necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV.

As intervenções biomédicas são ações voltadas à redução do risco de exposição, mediante intervenção na interação entre o HIV e a pessoa passível de infecção. Essas estratégias podem ser divididas em dois grupos: intervenções biomédicas clássicas, que empregam métodos de barreira física ao vírus, já largamente utilizados no Brasil; e intervenções biomédicas baseadas no uso de antirretrovirais (ARV).

Como exemplo do primeiro grupo, tem-se a distribuição de preservativos masculinos e femininos e de gel lubrificante. Os exemplos do segundo grupo incluem o Tratamento para Todas as Pessoas – TTP; a Profilaxia Pós-Exposição – PEP; e a Profilaxia Pré-Exposição – PrEP.

As intervenções comportamentais são ações que contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco de exposição ao HIV e para sua consequente redução, mediante incentivos a mudanças de comportamento da pessoa e da comunidade ou grupo social em que ela está inserida.

Como exemplos, podem ser citados: incentivo ao uso de preservativos masculinos e femininos; aconselhamento sobre HIV/aids e outras IST; incentivo à testagem; adesão às intervenções biomédicas; vinculação e retenção nos serviços de saúde; redução de danos para as pessoas que usam álcool e outras drogas; e estratégias de comunicação e educação entre pares.

As intervenções estruturais são ações voltadas aos fatores e condições socioculturais que influenciam diretamente a vulnerabilidade de indivíduos ou grupos sociais específicos ao HIV, envolvendo preconceito, estigma, discriminação ou qualquer outra forma de alienação dos direitos e garantias fundamentais à dignidade humana.

Podemos enumerar como exemplos: ações de enfrentamento ao racismo, sexismo, LGBTfobia e demais preconceitos; promoção e defesa dos direitos humanos; campanhas educativas e de conscientização.

Como forma de subsidiar profissionais, trabalhadores e gestores de saúde para o planejamento e implementação das ações de Prevenção Combinada, o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis apresenta um conjunto de recomendações, expressas na publicação “Prevenção Combinada do HIV: Bases conceituais para profissionais, trabalhadores(as) e gestores(as) de saúde”. Espera-se que, a partir da leitura do documento, tenham-se mais elementos para responder às necessidades específicas de determinados públicos a determinadas formas de transmissão do HIV.

Uma das maneiras de pensar a Prevenção Combinada é por meio da “mandala”. O princípio da estratégia da Prevenção Combinada baseia-se na livre conjugação dessas ações, sendo essa combinação determinada pelas populações envolvidas nas ações de prevenção estabelecidas (população-chave, prioritária ou geral) e pelos meios em que estão inseridas.


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