EM REPÚDIO AO ÓDIO

 

“A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.”  Santo Agostinho

   O Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), entidade vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, se sentiu violentado, e vem  a público registrar seu veemente repúdio aos ataques, desferido pelo deputado estadual de São Paulo Frederico D’Avila (PSL-SP).

   Este, indevidamente usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do mesmo Estado e, com fúria doentia e inusitada, investiu de forma covarde contra os Movimentos e Pastorais Sociais, contra Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, contra a CNBB e contra o Santo Padre, o Papa Francisco, com uma linguagem chula, uma agressão gratuita e boçal, tentando vilipendiar grosseiramente essas pessoas e instituições.

   Basta percorrer os documentos da Doutrina Social da Igreja (DSI), para dar-se conta de como é notório e conhecido o compromisso histórico da Igreja e da CNBB para com os direitos humanos, a defesa da vida e a dignidade de cada pessoa. Destacam-se aí o combate enérgico à corrida armamentista, à injustiça e às desigualdades sociais. Na década de 1960, por exemplo, o Papa João XXIII, “o papa sorriso”, com a publicação das Cartas Encíclicas “Pacem in Terris” e “Mater et Magistra”, mostra que trabalho e pão têm a primazia sobre armas e lucros. O mesmo mostram os documentos do Concílio Vaticano II. 

   O Papa Francisco, por sua vez, sempre tem insistido profeticamente sobre “a cultura da paz, do encontro e da solidariedade” contra a “globalização da indiferença”.

   Por isso, Dom Orlando Brandes, na Basílica de Aparecida, nada mais fez do que seguir rigorosamente as exigências do Evangelho e do Magistério da Igreja.

   Expressamos, ao mesmo tempo, nosso apoio ao trabalho incansável dos movimentos, pastorais, igrejas e particularmente a CNBB, em favor dos pobres e excluídos, invisíveis e descartáveis, migrantes e refugiados – na luta pela vida e pelos direitos básicos.

   Por fim, uma vez mais, sublinhamos, o carinho e a solidariedade a via campesina, nossos queridos pastores da Conferência Episcopal e ao Papa Francisco, na certeza de que seu agressor seja responsabilizado e punido pelo crime de difamação e abuso de poder, pelas leis que as próprias casas legislativas de todo país e a Constituição Federal aprovaram em defesa dos acusados e perseguidos injustamente.

   Não podemos aceitar o uso distorcido do conceito de liberdade para o ataque e a propagação indevida de calúnias e difamações de baixo calão, menos ainda quando tudo isso parte do privilégio de usar a tribuna de um dos poderes da União para emitir juízos infundados sobre qualquer cidadão.

Em defesa da vida, da paz e da democracia, pelo SPM

Diretoria e Coordenação Executiva Colegiada

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