[Pe. Alfredinho] Seja o arquiteto do seu destino

Primeiro, controle o medo e a ansiedade. São companheiros que não ajudam em nada para a travessia e, o que é pior, costumam criar não poucos obstáculos. Comece então desenhando com calma um esboço de planta para sua vida. Neste caso, não é proibido copiar traços de outras plantas ou mapas: dos pais, dos professores, de pessoas que deixaram marcas em sua memória, de amigos que inspiram confiança, de lideranças saudáveis!… Porém, não esqueça, mesmo seguindo algumas estrelas mais brilhantes, sua rota e sua órbita devem ser únicas e irrepetíveis. Daí a importância de esboçar também um plano de metas, objetivos, programas e projetos!…

Grave com letras de ferro e de fogo o que vem em seguida. Nesta hora de desenhar e planejar, você ainda tem oportunidade de corrigir determinadas linhas mal traçadas ou determinados borrões que mancham a imagem…. Depois, na existência real, não haverá borracha capaz de apagar os erros cometidos. O dito e o feito – palavra e ação – como também o mutismo e a omissão – não ditos e desfeitos – passarão a integrar para sempre a sua personalidade e a sua história. Farão parte do fardo que você deverá carregar até o fim de seus dias sobre a face da terra!…

Convém não esquecer que, apesar da liberdade para copiar o exemplo e testemunho de pessoas bem-sucedidas, a preguiça está descartada. Ao olhar para elas como faróis que iluminam o horizonte, o trabalho de cimentar e concretar o próprio caminho é todo seu. E, nunca é demais insistir, um tijolo mal assentado, fora do nível ou do prumo, haverá de danificar para sempre a estética e a estrutura do edifício. Por isso, ainda é tempo de modificar este próprio texto. Em lugar da palavra “copiar” usada anteriormente, quem sabe seja mais apropriado falar de recriar, reinventar ressignificar!…

Outra coisa, o vento e as águas tendem a apagar as pegadas deixadas na areia. Com razão diz o poeta: “caminheiro, não há caminho; o caminho se faz caminhando”. Você poderá contar com o brilho de outras estrelas, sim, mas terá que abrir com as próprias mãos uma picada na mata cerrada. Ademais, toda estrada tem várias encruzilhadas, e estas, por sua vez, descortinam múltiplas veredas. Há que parar, há que refletir, há que fazer escolhas que serão irreversíveis. Ninguém as fará no seu lugar!…

Você tropeçará com diferentes opções. Como dizem os relatos evangélicos, descobrirá veredas largas e outras mais estreitas. As primeiras, embora espaçosas e aparentemente ensolaradas, podem esconder riscos e armadilhas. Os estímulos e apelos da sociedade de consumo, por exemplo, de tão estridentes amplificam os desejos e paixões. Não é raro, porém, levarem aos becos sem saída do álcool, da droga, do sexo sem freios – abismos dos quais é quase impossível retornar!…

Já as veredas estreitas, por vezes íngremes, árduas e mal iluminadas, podem reservar, a cada curva, uma surpresa positiva. Basta que, em lugar de reclamar do escuro, você seja capaz de acender uma vela, uma por mais frágil que seja. Ou então tenha a humildade de tomar a mão de alguém e aprenda a caminhar no escuro. Você se dará conta que, ao fugir dos instintos egoístas e irrefletidos, assumindo compromissos sólidos e solidários, estará cultivando não um desejo imediato, e sim um sonho que poderá abrir um caminho largo para o bem-estar da sociedade. E estará contribuindo para mudar não apenas seu destino, mas o futuro de toda humanidade.

Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs, vice-presidente do SPM – São Paulo, 10 de maio de 2021.

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