MOEDA FALSA DO NEGACIONISMO

O inominável ex-presidente vem afirmando que a única solução para o tarifaço de Trump é a anistia quanto aos crimes de 8 de janeiro. A anistia é claramente uma moeda falsa nas relações do comércio internacional. Moeda falsa porque mistura e confunde as transações comerciais com a investigação de um crime pessoal, por um lado, e com o uso indevido da disputa política, por outro. Uma vez mais, a mentira, a covardia, e o negacionismo se escondem atrás de uma pretensa reconciliação, como armas notadamente político-ideológicas.

No complexo jogo da troca de produtos, o xadrez do comércio bilateral ou multilateral entre países, a anistia é carta fora do baralho. Nada tem a ver com o intercâmbio político-econômico entre Estados parceiros. Para salvar um simples cidadão, aliás, acusado de atentar contra a democracia, todo o país deve ajoelhar e lamber as botas ao “tio Sam” de plantão. Dois ditadores, vestidos com roupagem democrática, se acham no direito de brincar, qual moleques irresponsáveis, com o destino das respectivas nações, para não dizer dos rumos da economia global. Dobrar-se a tamanha falsidade é aceitar o jogo funesto da chantagem.

E se a moda pega! Imagina que cada cidadão, acusado e investigado como criminoso (e neste caso as provas são abundantes e contundentes), casa criminoso resolve apelar para um estadista de outro país. Onde iria parar a soberania nacional!?… Vale avisar esses dois golpistas contumazes que a prática do colonialismo há muito está morta e enterrada. O governo de cada país é eleito e responsável para administrar os assuntos do território nacional, sem qualquer interferência de outros governantes.

Interferência de fora pode ser realizada pela ONU ou pela corte de Haia, ambas desqualificadas seja pelo inominável, seja pelo atual presidente dos EUA. Mas, lá e cá, tanto um como o outro sempre se colocaram acima da legislação, dos tribunais e da vontade dos cidadãos, expressa pela voz das urnas. Seus interesses pessoais, familiares ou corporativistas se sobrepõem, uma vez mais, às necessidades básicas da população. “O Brasil acima de tudo” ou “A América para os americanos” – não passam de frases voltadas sobre o umbigo do núcleo familiar. Ódio, medo, grosseria, arrogância e egocentrismo são as marcas registradas da extrema direita.

Cabe a pergunta: até onde e até quando vamos perder tempo com a moeda falsa ou a carta fora do baralho do inominável?!… Hoje esse cidadão é caso de polícia, está nas mãos da justiça (além de alguns e parlamentares governadores que insistem em seguir as pegadas do falso messias). Quanto ao Brasil, tem que caminhar para frente, sem vergar a espinha ou a soberania à qualquer tipo de chantagem!

Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs, assessor do SPM – SP, 14/07/2025

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.