40 anos do SPM – Para o Migrante, Pátria  é a Terra que lhe dá o Pão

O SPM nasceu em 1985, numa reunião realizada em Brasília DF, na Casa de Retiros Assunção onde participaram agentes de pastoral, leigos, padres e irmãs. A mesma fora convocada pelo Setor Pastoral Social da CNBB a fim de tratar da realidade migratória e da necessidade de articular a pastoral preocupada dom as migrações. E logo passamos a fazer parte das pastorais sociais da CNBB. Documentalmente, porém, foi oficializado em 1986.

Merece destaque a presença de vários seminaristas escalabrinianos, que faziam parte da equipe do Centro de Estudos Migratórios – CEM, de São Paulo. Vale lembrar que desde o início muitos padres e irmãs Esclabinianos/as estiveram sempre presentes.

Como pastoral social, o SPM esteve desde o início participando ativamente nos processos do Setor Pastoral Social. Vale lembrar o plebiscitos da Dívida e da Alca e da Base de Alcantara.  Um outro processo no qual participamos muito, foi a Semana Social Brasileira. O SPM sempre participou na coordenação destas projetos. Isto já revela que não nasceu para ser uma pastoral de sacristia, assistencialista, etc, mas uma pastoral de base em busca do Reino de Deus, sim, mas também de transformações sociais.

Desde o seu nascimento o SPM sempre buscou identificar as causas da migrações, consequências e principalmente desenvolver um trabalho pastoral a partir da base, estando junto com os migrantes, sustentado por uma teologia focada na Teologia da libertação. Neste sentido, sempre nos aliamos com o Movimento dos Sem Terra, Movimento dos Pequenos  Agricultores, Movimento dos Atingidos por Barragens, Caritas e Marcha Mundial das Mulheres. Buscando sempre ser igreja comprometida com os pobres e excluídos e junto com as demais forças populares construir um projeto popular onde todos tenham vida digna, com trabalho, educação, saúde, moradia e lazer também.

Então a proposta encontrou muitos adeptos e se espalhou para São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Norte, Goiás, Rondônia, Acre, Amazonas, Ceara, Piauí, Paraíba e Bahia, entre outros.

Um dos momentos importantes da vida do SPM, juntamente com o Grito dos Excluídos Continental, foi o de organizar o  Primeiro Fórum Social Mundial, em porto Alegre, RS, na Paróquia NS da Pompéia, onde participaram 600 pessoas de 40 países. Já no ano seguinte, o II FSMM foi em Rivas Vaccia Madrid, Espanha, com mais de duas mil pessoas de 80 países.

Um dos projetos muito importantes, foi a concretização do Dia do Migrante e da Semana do Migrante. O Papa Paulo VI, em 1969, estabeleceu o Dia Mundial do Migrante. Por determinação da CNBB, no Brasil, em 1979, na 17ª Assembleia Geral, decide que o Dia do Migrante será no  25 de junho, ou no domingo imediatamente anterior. Em 21 de junho de1980, acontece a primeira celebração do Dia do Migrante, sendo que   a Primeira Semana do Migrante ocorreu entre os dias 23 a 29 de junho de 1986, com o lema “Por que somos obrigados a sair de nossa Terra” A bem da verdade ela foi promovida pelo Centro de Estudos Migratórios, Serviço Pastoral dos Migrantes e Centro Pastoral dos Migrantes. Desde então a Semana busca refletir inspirada na Campanha da Fraternidade da CNBB de cada ano.

Penso ser mais atual do que nunca, debater e refletir sobre migração e mudanças climáticas, a Casa Comum como uma forma de o SPM estar sempre presente e atuante nos principais temas e desafios de nosso pais e das pastorais sociais.

Nosso objetivo é o Reino de Deus, mas deve se traduzir num país economicamente justo, socialmente equitativo, culturalmente plural, politicamente democrático, ambientalmente sustentável e religiosamente macro ecumênico.

 

Luiz Basssegio – Grito dos Excluídos Continental.

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